Díaz Concepción, Cándy Gisela2025-04-172025-04-172025-04-17https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9069Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil de Infraestrutura.As barragens de terra são as mais comuns no Brasil, sendo amplamente empregadas no armazenamento de água, na disposição de rejeitos de mineração e em outras finalidades. No entanto, acidentes registrados na última década evidenciaram fragilidades significativas na segurança dessas estruturas, especialmente no que se refere a problemas associados à percolação, como o piping, a erosão interna e a surgência a jusante. Estudos sobre o fluxo de água em barragens de terra são majoritariamente realizados por meio de simulações numéricas computacionais, devido à sua praticidade na modelagem de fenômenos físicos complexos. A calibração e validação desses modelos pode ser feita a partir de dados de instrumentação em campo ou por modelagem experimental. Nesse contexto, os ensaios em modelos físicos reduzidos podem ser uma alternativa didática e eficiente, em função da ausência ou limitação de dados de campo. A barragem da Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai, é composta por diversas estruturas, entre elas a Barragem de Terra da Margem Esquerda (BTME), formada por um maciço compactado de argila sobre fundações de argila, saprólito e basalto. Este trabalho teve como objetivo analisar o comportamento do fluxo de percolação, em regime permanente, num modelo físico reduzido da seção 135+50 da BTME. A metodologia foi dividida em duas etapas. Na primeira, realizou-se a caracterização geotécnica das amostras de solo (argila e saprólito) coletadas na BTME, por meio de ensaios conduzidos no Laboratório de Mecânica dos Solos da UNILA. Na segunda etapa, foi construído um modelo reduzido da seção 135+50 da BTME, em escala 1:68, utilizando o tanque de permeabilidade do laboratório. Aplicou-se um corante no solo para visualização das linhas de fluxo e identificação da linha freática nessa seção transversal. Os resultados mostraram que o fluxo de água na fundação ocorre predominantemente na direção horizontal, ao longo da interface entre as camadas de saprólito e argila. A análise das cargas piezométricas demonstrou forte correlação entre os valores de poropressão obtidos no modelo físico e os gerados por simulações numéricas computacionais. Concluiu-se que o modelo físico reduzido, com solos finos (argilas e siltes), é uma ferramenta viável para compreender o comportamento do fluxo de percolação na seção estudada da BTME. Assim, modelos desse tipo apresentam potencial para aplicação em outros estudos de percolação em barragens de terra com diferentes condições de contorno.viopenAccessbarragens de terraarmazenamento de águasolos - percolaçãoUsina Hidrelétrica de Itaipu