Costa, Maria do Carmo Cardoso da2017-09-152017-09-152016-08https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/2355IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016A obra em tela conta a trajetória dos personagens prisioneiros durante o período da Guerra Civil Espanhola pela polícia franquista, representada principalmente pelo carcereiro Herbal. O relato nos chega através de flashbacks do período que antecede a guerra, da época da guerra e da visão atual do pósguerra pelo personagem carcereiro e por meio de um dos personagens prisioneiro – Da Barca. Tais relatos são introduzidos por um personagem investigador, Carlos Sousa, que, ao buscar conhecimentos da história da guerra, entrevista o exprisioneiro Da Barca que põe em perspectiva a memória de um tempo propositalmente esquecido pela sociedade espanhola. Além dessas vozes narrativas, há uma voz onisciente que se materializa mediante um objeto simbólico – o lápis do carpinteiro. Manuel Rivas escreve seu livro em galego, resgatando uma cultura rechaçada pela ditadura franquista. Este auto de resistência se contrapõe a uma política totalitária que exclui diversidades de saberes por uma pretensa e autoritária unidade culturalnacional. Este trabalho visa flagrar Herbal como persona hispânica da história dos periféricos sócioeconômicoculturais. A construção narrativa desse personagem se manifesta desde a sua aparição em instantâneos da infância, adolescência e juventude desprovida de bens materiais, espirituais e intelectuais que brilham no relato sombrio do seu empoderamento bélico. Aparecem também o antagonismo desse personagem e sua problematização quanto a outros personagens considerados por seus pertencimentos a elites sociais, econômicas e culturais. Desse modo, mostrase como tal personagem se desenvolve nessa realidade histórica e se contextualiza ficcionalmente no seu antagonismo como defensor do sistema políticocultural vigente em relação aos outros personagens que protagonizam a contestação desse sistema. Pontuando esta análise, veremos como o objetosímbolo desse romance – el lápiz rojo: carpinteiro, escritor, pintor, nas mãos ativistas de seus usuários tornase um elemento passivo ao ser confiscado por Herbal, que o utiliza como amuleto, naturalizando a história como pensamento mágico. Como vemos, o tema deste trabalho já se apresenta no título: o homem marginalizado em El Lápiz del carpintero, por uma visão históricofilosófica, que a própria obra nos proporcionaporopenAccessGuerra Civil Espanhola“El hombre olvidado en la garita”: o marginalizado histórico em El lápiz del carpinteroconferenceObject