Valente, Jim Artie Roquette2025-08-142025-08-142025-08-14https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9223Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial para a obtenção de título de licenciado em História - Licenciatura.Localizada no extremo oeste do Paraná, a cidade de Foz do Iguaçu integra a Tríplice Fronteira — Brasil, Argentina e Paraguai. Por vezes, conforme critica Souza (2009), esta é apresentada enquanto portadora de uma vocação turística inata, condição que molda os modos de ocupação, organização e interação com o território. Apesar de seu crescente protagonismo turístico, são escassas as políticas voltadas para a valorização das memórias locais e a salvaguarda patrimonial acima do viés mercadológico que condiciona a cidade a uma lógica de consumo. Essa ausência evidencia uma tensão entre a turistificação do espaço urbano e a salvaguarda das memórias locais e os usos sociais da cidade. Neste contexto, observa-se uma lacuna importante na produção acadêmica sobre a cidade: ainda são poucos os estudos voltados à análise crítica dos patrimônios e das memórias na Tríplice Fronteira, especialmente no que se refere ao Marco das Três Fronteiras brasileiro. Apesar de recentes iniciativas do poder público, como as ações do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (CEPAC), a política de memória segue incipiente e desarticulada. Soma-se a isso a precariedade das condições de conservação e acesso à documentação histórica da cidade, dificultando a construção de uma memória local. Em vista disso, o trabalho objetiva analisar como a configuração atual do espaço do Marco das Três Fronteiras influencia seu usufruto pelos visitantes, especialmente diante de sua atual concepção como parque temático. O espaço será analisado a partir da perspectiva de monumento documento (Le Goff, 2013) e seu uso a partir dos conceitos explorados em direito à cidade (Lefrebvre, 2001). Conclui-se que a concessão do Marco das Três Fronteiras à iniciativa privada resultou na transformação de um espaço público, antes aberto, em um parque temático voltado ao consumo turístico. Essa reconfiguração evidencia a subordinação do valor de uso ao valor de troca, em consonância com a crítica de Henri Lefebvre sobre o direito à cidade. Observou-se que as práticas cotidianas e as memórias locais foram progressivamente deslocadas por uma lógica mercantil, centrada na oferta de experiências consumíveis. Entretanto, a efetiva preservação de sua dimensão histórica e simbólica exige uma abordagem integrada entre o material e o imaterial, que considere os modos de vida, memórias e vozes dos sujeitos que constituem o espaço. Resumen Ubicada en el extremo oeste del estado de Paraná, la ciudad de Foz do Iguazú forma parte de la Triple Frontera — Brasil, Argentina y Paraguay. Con frecuencia, conforme critica Souza (2009), esta es presentada como portadora de una vocación turística innata, condición que da forma a los modos de ocupación, organización e interacción con el territorio. A pesar de su creciente protagonismo turístico, son escasas las políticas orientadas a la valorización de las memorias locales y a la salvaguardia del patrimonio más allá del sesgo mercadológico que condiciona la ciudad a una lógica de consumo. Esta ausencia evidencia una tensión entre la turistificación del espacio urbano y la preservación de las memorias locales y los usos sociales de la ciudad. En este contexto, se observa una importante carencia en la producción académica sobre la ciudad: aún son pocos los estudios dedicados al análisis crítico de los patrimonios y memorias en la triple frontera, especialmente en lo que se refiere al Marco das Três Fronteiras brasileño. A pesar de recientes iniciativas del poder público, como las acciones del Consejo Municipal de Patrimonio Cultural (CEPAC), la política de memoria sigue siendo incipiente y desarticulada. A ello se suma la precariedad de las condiciones de conservación y acceso a la documentación histórica de la ciudad, lo que dificulta la construcción de una memoria local. En consideración a esto, el presente trabajo tiene como objetivo analizar cómo la configuración actual del espacio del Marco das Três Fronteiras influye en su usufructo por parte de los visitantes, especialmente frente a su actual concepción como parque temático. El espacio será analizado desde la perspectiva de monumento-documento (Le Goff, 2013) y su uso a partir de los conceptos explorados en el derecho a la ciudad (Lefebvre, 2001). Se concluye que la concesión del Marco das Três Fronteiras al sector privado resultó en la transformación de un espacio público, antes abierto, en un parque temático orientado al consumo turístico. Esta reconfiguración evidencia la subordinación del valor de uso al valor de cambio, en consonancia con la crítica de Henri Lefebvre sobre el derecho a la ciudad. Se observó que las prácticas cotidianas y las memorias locales fueron progresivamente desplazadas por una lógica mercantil, centrada en la oferta de experiencias consumibles. No obstante, la efectiva preservación de su dimensión histórica y simbólica exige un abordaje integrado entre lo material y lo inmaterial, que considere los modos de vida, las memorias y las voces de los sujetos que constituyen el espacio.viopenAccessMarco das Três FronteirasFoz do IguaçuTríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai)patrimônio culturalO Marco das Três Fronteiras: entre a mercantilização e o direito a cidade