Lafortune, Hans Van Freud2025-02-272025-02-272025https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/8835Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar.Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo nas transferências de remessas da diáspora para o Haiti, as quais representam cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Diante desse cenário, este trabalho tem como objetivo compreender o impacto das remessas enviadas pela diáspora haitiana para agricultores do Norte do Haiti. Para isso, além da utilização de fontes bibliográficas, documentais e dados secundários, foi aplicado um questionário a 41 famílias residentes em zonas rurais do Norte do país (Port Margot, Milot, Limonade, Vodrey, Dondon, Saint Raphaël e Petit-Anse), selecionadas por meio de amostragem não probabilística. Os resultados indicam que o recebimento de remessas é relativamente recente, sendo que 34,14% das famílias passaram a recebê-las a partir de 2018. Esses recursos são enviados, principalmente, por familiares que vivem nos Estados Unidos (60,98%), Chile (24,39%), República Dominicana e Canadá (12,20%). A maioria das famílias recebe as remessas de forma regular, com um valor médio mensal de US$ 185,24, o que representa aproximadamente 64% da renda familiar. Além de serem utilizadas para educação, saúde, alimentação e habitação, as remessas desempenham um papel fundamental no setor agropecuário. Os dados mostram que 68% das famílias destinam parte desses recursos à compra de sementes, enquanto 41% investem em irrigação e aquisição de adubos. Outros 37% utilizam o dinheiro para a compra ou manutenção de máquinas, ferramentas e animais (vacas, cabras, porcos e aves), entre outros usos menos frequentes. Todas as famílias entrevistadas afirmaram que as remessas possibilitaram a ampliação da produção agropecuária, pois garantem investimentos em insumos, tecnologias, contratação de mão de obra e aquisição ou arrendamento de terras. No entanto, o estudo também revela uma forte dependência dessas transferências, visto que cerca de 71% das famílias afirmam que não conseguiriam se sustentar sem esses recursos. Portanto, as remessas enviadas pela diáspora haitiana desempenham um papel central na reprodução socioeconômica das famílias agricultoras do Norte do Haiti. No entanto, a elevada dependência desses recursos expõe as famílias a riscos econômicos, uma vez que esses fluxos financeiros podem sofrer grandes variações em função do contexto externo. Resumen En los últimos años, se ha observado un aumento significativo en las transferencias de remesas de la diáspora hacia Haití, las cuales representan alrededor del 20% del Producto Interno Bruto (PIB) del país. Frente a este escenario, este trabajo tiene como objetivo comprender el impacto de las remesas enviadas por la diáspora haitiana a los agricultores del Norte de Haití. Para ello, además de la utilización de fuentes bibliográficas, documentales y datos secundarios, se aplicó un cuestionario a 41 familias residentes en zonas rurales del Norte del país (Port-Margot, Milot, Limonade, Vodrey, Dondon, Saint Raphaël y Petit-Anse), seleccionadas mediante muestreo no probabilístico. Los resultados indican que la recepción de remesas es relativamente reciente, ya que el 34,14% de las familias comenzó a recibirlas a partir de 2018. Estos recursos son enviados, principalmente, por familiares que viven en Estados Unidos (60,98%), Chile (24,39%), República Dominicana y Canadá (12,20%). La mayoría de las familias recibe las remesas de forma regular, con un valor promedio mensual de US$ 185,24, lo que representa aproximadamente el 64% del ingreso familiar. Además de ser utilizadas para educación, salud, alimentación y vivienda, las remesas desempeñan un papel fundamental en el sector agropecuario. Los datos muestran que el 68% de las familias destina parte de estos recursos a la compra de semillas, mientras que el 41% invierte en irrigación y adquisición de fertilizantes. Otro 37% utiliza el dinero para la compra o mantenimiento de máquinas, herramientas y animales (vacas, cabras, cerdos y aves), entre otros usos menos frecuentes. Todas las familias entrevistadas afirmaron que las remesas permitieron la ampliación de la producción agropecuaria, ya que garantizan inversiones en insumos, tecnologías, contratación de mano de obra y adquisición o arrendamiento de tierras. Sin embargo, el estudio también revela una fuerte dependencia de estas transferencias, dado que alrededor del 71% de las familias afirma que no podrían sostenerse sin estos recursos. Por lo tanto, las remesas enviadas por la diáspora haitiana desempeñan un papel central en la reproducción socioeconómica de las familias agricultoras del Norte de Haití. No obstante, la alta dependencia de estos recursos expone a las familias a riesgos económicos, ya que estos flujos financieros pueden sufrir grandes variaciones en función del contexto externo.openAccessmigraçãoagricultoresinvestimentosprodução agropecuária