Baptiste, Mickenson Jean2025-11-032025-11-032025-11-03https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9404Este trabalho propõe-se a analisar os efeitos de programas de transferência direta de renda, notadamente o Bolsa Família (PBF) e o Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), sobre o endividamento das famílias brasileiras. Diante do debate recorrente que associa o aumento do endividamento familiar à expansão dessas políticas sociais, a pesquisa busca verificar empiricamente se esses programas atuam como indutores ou, alternativamente, como mecanismos de proteção financeira. Utilizando dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018), aplicou-se o método de Propensity Score Matching (PSM) para comparar o nível de endividamento de famílias beneficiárias com um grupo de controle de não beneficiárias com características demográficas e socioeconômicas semelhantes. Os resultados contrapõem a hipótese de que os programas sociais estimulam o endividamento. Após o pareamento estatístico, constatou-se que os beneficiários tanto do Bolsa Família quanto do BPC-Loas apresentam nível de endividamento ligeiramente inferior ao de famílias com perfis análogos que não recebem os auxílios. A robustez das estimativas foi confirmada por meio de testes de sensibilidade de Rosenbaum e de balanceamento das covariáveis. Conclui-se que, em vez de promoverem o endividamento, os programas de transferência direta de renda podem estar associados a uma menor necessidade de as famílias recorrerem a dívidas para garantir a subsistência, atuando como um fator de proteção financeira para a população de baixa renda.viendividamentoprogramas sociaisfamílias pobreseconomia de subsistênciaPobres e endividados? Análise do efeito dos programas de transferência direta de renda no endividamento familiar