Conceição, Cássio Henrique Oliveira da2025-10-302025-10-302025-10-30https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9401A Dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypt, mas de natureza multifatorial. No Distrito Federal, a doença possui sazonalidade específica (janeiro a maio) com alta taxa de incidência e epidemias recorrentes. Neste cenário, verifica-se a carência de estudos que investiguem o contexto destas epidemias, a distribuição dos casos entre as Regiões Administrativas (RA) do Distrito Federal ou os fatores que influenciam esta distribuição, como a correlação de casos com níveis de escolaridade, renda, esgotamento sanitário e outros. Este trabalho buscou investigar a influência de condições sociodemográficas, ambientais e espaciais sobre a taxa de incidência de Dengue no Distrito Federal, em 2024. Trata-se de estudo epidemiológico observacional do tipo ecológico. Para tanto, utilizou-se das taxas de incidência mensal acumulada de 2024, apresentada pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SESDF) e dos respectivos percentuais de domicílio com acesso a água encanada por RA, distribuição da população por raça/cor da pele; escolaridade de pessoas com 25 anos ou mais; rendimento bruto domiciliar por faixa de salário-mínimo obtidos a partir da Pesquisa Distrital Por Amostra de Domicílios de 2021 (PDAD 2021). Para estimar a autocorrelação espacial, empregou-se técnicas estatísticas do Índice de Moran Global e os Indicadores Locais de Associação Espacial (LISA). A estimativa da correlação entre os indicadores sociais e ambientais e a incidência da doença foram obtidos pelo coeficiente de correlação linear de Pearson. Os resultados do Moran Global foram não significativos (p-valor = 0.071). No entanto, a análise local (LISA) identificou padrões de autocorrelação espacial em algumas regiões administrativas: Por do Sol apresentou padrão Alto-Alto (mLISA = 2.506, p-valor = 0.01), enquanto Lago Sul (mLISA = 1.96, p-valor = 0.04), Guará (mLISA = 2.81, p-valor < 0.01) e Cruzeiro (mLISA = 2.15, p-valor = 0.03) apresentaram padrão Baixo-Baixo. A Candangolândia (mLISA = -2.12, p-valor = 0.03) destacou-se como Alto-Baixo. Houve correlação significativa para os grupos de indicadores acesso à água, gestão de resíduos, educação, raça/cor da pele e renda. Os resultados apresentam coerência com a literatura, que aponta correlações entre fatores ambientais e sociais. Por outro lado, a cobertura de esgotamento sanitário não apresentou correlação significativa.vírus da dengueindicadoresDistrito FederalEpidemiologiaAnálise espacial sobre incidência de dengue no Distrito Federal: impacto de determinantes sociais e estruturais