Gómez, Neyser Andres2025-03-052025-03-052025https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/8851A tuberculose (TB) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) são dois dos maiores desafios de saúde pública mundial. A coinfecção TB-HIV representa uma condição de alta complexidade clínica, exigindo uma abordagem integrada e multidisciplinar para garantir o sucesso do tratamento. O Centro Municipal de Apoio à Tuberculose e Hanseníase de Foz do Iguaçu tem um papel essencial no combate a essas doenças, especialmente por estar localizado em uma região de tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai), onde há barreiras linguísticas, culturais e socioeconômicas que dificultam o acesso aos serviços de saúde. O centro atua com base nos princípios da Atenção Primária à Saúde (APS), priorizando a integralidade, acessibilidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado. O atendimento segue um modelo multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, assistentes sociais e agentes comunitários de saúde, que garantem suporte físico, psicológico e social aos pacientes. A acessibilidade aos serviços é essencial para atender populações vulneráveis, incluindo imigrantes e pessoas de baixa renda, garantindo tratamento gratuito e acompanhamento contínuo. A longitudinalidade do cuidado é assegurada por meio de visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários, que monitoram a adesão ao tratamento e identificam precocemente complicações. Além disso, a coordenação entre os serviços de TB e HIV/AIDS permite um tratamento integrado, otimizando o uso da terapia antirretroviral (TARV) e reduzindo o risco de abandono do tratamento. A educação em saúde e a orientação comunitária são estratégias fundamentais para reduzir o estigma associado às doenças e promover a prevenção da transmissão. O centro desenvolve materiais informativos em diferentes idiomas e conta com mediadores culturais para facilitar a comunicação com pacientes estrangeiros. Além disso, o enfoque familiar é valorizado, garantindo que os familiares também recebam suporte e informações para ajudar no tratamento. Os principais desafios enfrentados incluem a alta mobilidade populacional, que dificulta o acompanhamento dos casos, e os efeitos colaterais dos medicamentos, que podem levar à descontinuidade do tratamento. Estratégias como o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e parcerias interinstitucionais são essenciais para minimizar esses problemas. Conclui-se que a atuação do centro demonstra a importância dos princípios da APS na gestão da coinfecção TB-HIV. No entanto, ainda há necessidade de investimentos em políticas públicas para ampliar a infraestrutura e garantir um atendimento equitativo e acessível às populações mais vulneráveis.viopenAccesstuberculoseHIV (Vírus)saúde públicaAtenção Primária à SaúdeRelato de experiência no Centro Municipal de Apoio à Tuberculose e Hanseníase em Foz do Iguaçu: desafios da coinfecção tuberculose e o vírus da imunodeficiência humana (TB-HIV) e sua relação com os princípios da Atenção Primária à Saúde (APS)