Sibim, Alessandra Cristiane2025-03-242025-03-242025https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/8949A Saúde Única (One Health, Uma Só Saúde) é uma abordagem interdisciplinar que visa integrar saúde humana, animal, vegetal e ambiental, reconhecendo suas interdependências para enfrentar desafios globais como pandemias zoonóticas. A emergência da COVID-19, ressaltou a importância dessa abordagem para entender como fatores ambientais, sociais, políticos e econômicos contribuem para crises globais de saúde. Embora amplamente reconhecida, a implementação prática dessa abordagem enfrenta limitações devido à ausência de metodologias padronizadas e ferramentas adequadas de avaliação adaptadas a contextos específicos. Neste trabalho, estudamos a Saúde Única das Américas, qualificando e quantificando as saúdes humana, animal e ambiental desta macrorregião sob índices integrados. Por meio de levantamento bibliográfico e de entrevistas com representantes de diferentes países, significamos a região de acordo com parâmetros socioeconômicos, demográficos e ambientais. Nosso primeiro capítulo desenvolveu e avaliou um Índice de Saúde Única (OHI) para os países sul-americanos, assim como sua interação com indicadores socioeconômicos. Encontramos associação positiva entre OHI e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas não com o Produto Interno Bruto (PIB). Embora países com estabilidade política, maiores investimentos em saúde e políticas progressistas apresentem maior OHI, a saúde ambiental não se correlacionou diretamente com melhores indicadores de saúde humana e animal. A contribuição positiva da Floresta Amazônica para a saúde ambiental, contrastou com sistemas precários de saúde humana locais. A ausência de indicadores robustos para saúde animal foi identificada como uma limitação às estratégias de Saúde Única na região. Nosso segundo capítulo avaliou as iniciativas de Saúde Única das Américas por meio da percepção da saúde com enfoque veterinário de representantes de instituições governamentais das Américas. Nossos resultados, explorando a resposta de um questionário por representantes de 17 países, revelaram que aspectos relacionados à segurança alimentar dos países são mais bem avaliados que a execução de políticas públicas relacionadas à saúde. As rotinas institucionais relacionadas aos programas de zoonoses ainda são uma lacuna na região. O estudo mostrou que a integração internacional e o acesso às diretrizes globais na área de saúde com enfoque animal, foram mais bem avaliados do que a articulação interna, sugerindo que as políticas públicas da saúde dos países carecem de avanços. Portanto, é evidente a necessidade de métodos eficazes e indicadores eficazes para avaliar a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental, especialmente em contextos vulneráveis, como a América do Sul. A integração de indicadores socioeconômicos e ambientais com a saúde é imperativa para implementação de políticas públicas que considerem as especificidades regionais e locais. Embora os países com maior estabilidade política e investimentos em saúde apresentem melhores resultados de Saúde Única, ainda existem desafios quanto à saúde animal e à coordenação interna dos países entre os diferentes setores envolvidos. Nossos resultados reforçam a necessidade de uma abordagem internacionalmente coordenada e integrada, para enfrentar as questões de saúde na região.viopenAccessindicadores de saúdeOrganização Mundial da Saúdepolíticas públicassegurança alimentarA saúde única das Américas sob o enfoque socioeconômico e ambientalThesis