Chávez Tacas, Liseth RosauraNampo, Fernando KenjiSouza, Suzana de2023-06-132023-06-132023https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7309Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Latino Americano de Ciências da Vida e Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em MedicinaOs valores e preferências das pessoas relacionadas ao consumo de alimentos determinam fortemente as escolhas alimentares diárias. Existem estudos recentes mostrando uma associação entre consumo de carne vermelha (CV) e carne vermelha processada (CVP) e doenças crônicas não transmissíveis. O presente estudo avaliou os valores e preferências dos adultos brasileiros em relação ao consumo de carne vermelha e carne vermelha processada e sua disposição de mudar seu consumo diante possíveis consequências indesejáveis à saúde. Métodos. Neste estudo transversal de métodos mistos realizou-se uma avaliação quantitativa por meio de uma pesquisa on-line seguida de uma investigação qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas e uma avaliação de acompanhamento após três meses. Além da estatística descritiva, conduzimos regressão logística e análises temáticas quando aplicável. Resultados. Mais de 60% dos 358 respondentes iniciais não estavam dispostos a interromper o consumo de CV ou CVP. Dentre aqueles que não estavam dispostos a parar, mais de 80% também não estavam dispostos a reduzir. As faixas de consumo mais prevalentes foram menores a 1 porção de CVP por semana (34%), 3 a 4 porções de CV por semana (33%) e 1 a 2 porções de CVP por semana (30%). A idade, grau de instrução e a religião dos participantes são preditores significativo para a disposição de parar ou reduzir o consumo de CV e CVP. Pessoas com maior grau de instrução são mais dispostas a parar o consume de CV no cenário de incidência de câncer (OR: 0,72; IC 95%: 0,59–0,91). A partir das entrevistas semiestruturadas, identificamos três temas principais em relação ao consumo de carne: 1) consumo de carne no contexto social e / ou familiar, 2) preocupações com a saúde e não relacionadas à saúde sobre a carne, e 3) incerteza das evidências cientificas. Três meses após a entrevista, a maioria (64%) dos participantes relatou diminuição da ingestão de carne. Conclusões. Adultos brasileiros participantes, ainda que informados acerca da incidência e mortalidade por câncer em virtude do consumo de carne vermelha ou carne vermelha processada, preferem manter o consumo atual. A pesquisa tem caráter informativo no desenvolvimento de diretrizes, recomendações nutricionais e de saúde pública relacionadas ao consumo de carne. As diretrizes nutricionais devem garantir que suas recomendações sejam consistentes com os valores e preferências da população.poropenAccesscarne vermelha; doenças crônicas não transmissíveis; recomendações nutricionaisValores e Preferências no Consumo de Carne Frente ao Risco de CâncerbachelorThesis