Teles, Dalton Moises2023-04-172023-04-172023https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7239Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Políticas Públicas e Desenvolvimento.Trabalhando em um setor onde há milhões de pessoas à procura de imóveis, e com um déficit habitacional que vem crescendo há muitas décadas, talvez seja impensável acreditar que corretores de imóveis lutam para sobreviver, e estão sujeitos a uma exploração do trabalho de forma intensa, em pleno século XXI. Estes profissionais que têm uma falsa sensação de liberdade e parecem ter vidas financeiras desestruturadas, orientam milhões de brasileiros rumo ao sonho da casa própria na maior capital econômica do Brasil. As ações do estado continuam a gerar políticas públicas que mantêm uma lógica de mercado que somada à urbanização crescente e desordenada, criou um ambiente propício à exploração do trabalho de intermediação imobiliária. Na Cidade de São Paulo, empresas do setor exploram de forma quase desumana, os técnicos em transações imobiliárias. Estes profissionais muitas vezes pagam para trabalhar. Mas por que fazem isso? As propostas parecem extremamente atrativas; por exemplo, vender um único imóvel de R$350.000,00 poderia gerar uma comissão de cerca de 7 mil reais, ou seja, aproximadamente 7 salários- mínimos. Então, com mais de 2 milhões de ofertas de imóveis na Cidade de São Paulo, vender mais de um todo mês parece fácil. Mas não é. Na metrópole temos cerca de 50 mil corretores de imóveis credenciados ativos e mais ou menos 350 mil corretores sem registro (informais), sem mencionar, é claro, os outros corretores de cidades próximas e do interior, que buscam por melhores oportunidades trabalhando na tentativa de vender grandes empreendimentos da metrópole, mas apenas cerca de 20.000 imóveis são vendidos todo mês, que é praticamente a única fonte de renda da imensa maioria dos profissionais. O que agrava ainda mais o problema, é que de acordo com o próprio CRECI/SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), 80% das vendas são realizadas por grandes imobiliárias e construtoras. Considerando um número tão grande de pessoas trabalhando e o pequeno volume de imóveis se comparados a esta população, é impossível sobreviver atuando apenas na venda de imóveis. Estes técnicos geralmente cumprem longas horas de trabalho, inclusive em finais de semana e feriados. Para entender essa questão, buscamos a partir desta pesquisa, compreender como essa exploração ocorre, e como afeta a orientação que os corretores dão às famílias que muitas vezes buscam por uma moradia digna.poropenAccesstrabalho não remuneradouberização da vidadéficit habitacionalfinanceirização da moradiaEstudo sobre a Exploração do Trabalho no Mercado Imobiliário na Cidade de São Paulo/SPmasterThesis