Marquez Arreaza, Dionisio David2017-08-112017-08-112016-08https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/2193IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016O trabalho estuda a margem de não correspondência entre o discurso da nação e a prática de estado na representação literária do “fracasso” da vida nacional em dois romances latinoamericanos: Cidade de Deus (1997) de Paulo Lins e Bicentenaire (2004) do haitiano Lyonel Trouillot. O discurso homogêneo do “estadonação” do século XIX, no contexto contemporâneo pode ser reescrito como o “estado contra a nação”, no dizer do antropólogo e historiador haitiano Michel- Rolph Trouillot. Assim, o tempo da fundação da nação, como o “imaginado” em Anderson e a “nação narrada” em Bhabha, se opõe ao tempo do estado contemporâneo ao qual a ficção se refere. O uso contemporâneo de elementos retóricos dos discursos fundadores, por exemplo, de José Bonifácio de Andrada e ToussaintLouverture, respectivamente, serão atualizados e contrastados com a prática de estado no contexto do capitalismo periférico: no Brasil liberal da transição da ditatura militar à democracia e no Haiti liberal da democracia pósDuvalier. Ao focar os efeitos negativos do estado e poupar as explicações das causas e os posicionamentos apriorísticos neoliberal ou popularsocialista, cada romance simboliza no espaço urbano um antagonismo social que qualifica o estado político: o estado ausente no Brasil de Cidade de Deus, e o estado repressor em Haiti do Porto Príncipe. Assim, a obra literária se revela não só como a arte autônoma que constrói seus próprios conteúdos imanentes, mas como textodocumento com “especificidade” cultural, histórica e nacional e com a “universalidade” que “pratica” e “produz” a linguagem política da liberdade e justiça social comum à toda lógica ocidental que vai se contradizer na prática do estadoporopenAccessRetórica fundacional latinoamericanaBrasilHaitiOs usos contemporâneos da retórica fundacional latinoamericana no Brasil e HaiticonferenceObject