Coutinho, Amanda Gabrielli da Silva2023-06-072023-06-072022https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7295Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Integração Contemporânea da América Latina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Integração Latino-Americana.No presente trabalho temos como objetivo compreender como o enfrentamento ao tráfico de pessoas vinculado às migrações e ao mercado do sexo tem sido construído a partir das entretramas de gênero, raça, classe, sexualidade e nacionalidade, e entre as escalas internacionais, regionais interamericana e da América do Sul, sub-regionais do Mercosul, e nacionais do Brasil e seus territórios fronteiriços, com o Estado nacional paraguaio. Através do levantamento das principais normativas de enfrentamento nestes âmbitos, assim como, a sua problematização, demonstramos como a capilarização de discursos e práticas hegemônicas que não consideram as entretramas e entre escalas que constituem e são constituídas por experiências múltiplas, complexas e específicas de mulheres de cor migrantes, trabalhadoras e traficadas, privilegiam algumas perspectivas em detrimento de outras, resultam no aprofundamento de desigualdades sociais, sustentam a indiferença perante as violências que atravessam as vidas destas mulheres e invisibilizam a sua participação ativa na aceitação, negociação e contestação em tais processos, assim como, na transformação de suas realidades a partir de práticas coletivas de resistência e retomada de suas identidades e territórios. Para isso, retomamos o marco analítico da interseccionalidade no contexto da colonialidade de gênero para abordar os marcadores sociais da diferença que são base para o desenvolvimento de relações sociais racistas e patriarcais, mas são desconsiderados na formulação de políticas hegemônicas antitráfico. Realizamos revisão bibliográfica de críticas levantadas por ativistas, pesquisadoras, trabalhadoras do sexo, mulheres migrantes, organizações internacionais e não governamentais a respeito do processo de formulação de tais políticas, assim como, trazemos à luz algumas particularidades destes mecanismos de enfrentamento, além de entrevistas realizadas na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, parte dos territórios fronteiriços do Brasil com o Paraguai e Argentina.poropenAccesstráfico de pessoas; interseccionalidade; fronteiras; Brasil; Paraguai.Tráfico de Pessoas Entretramas e Entre Escalas: Caminhos Fronteiriços entre Brasil e ParaguaimasterThesis