Recalcatti de Andrade, Aline2024-09-232024-09-232024https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/8508Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.A teoria decolonial se propõe como uma nova forma de pensamento desligado de formas anteriores consideradas colonizadoras que, ao retomar o conhecimento de povos oprimidos desde a América Latina, colocaria em práxis uma nova radicalidade política de esquerda crítica e emancipatória. A presente dissertação tem como objetivo geral trazer uma crítica à teoria decolonial, com foco na sua crítica ao marxismo, para apontar os limites dessa suposta nova radicalidade política através da crítica teórica. A hipótese elaborada é que existem problemas teóricos e de práxis na teoria decolonial causada pelo seu antimarxismo. Esta pesquisa é realizada a partir do materialismo histórico, método da teoria marxista, como marco teórico principal. Trata-se de uma crítica de uma teoria em sua função social e histórica na economia política das ideias. Adota-se como pressuposto que teorias, ademais de seu poder explicativo da realidade social e o entendimento de suas possíveis limitações, também se refletem sobre as forças materiais com poder de transformação social. Foram delimitados três importantes e referentes autores decoloniais, para realizar um levantamento bibliográfico no primeiro capítulo: Aníbal Quijano, Walter Mignolo e Ramón Grosfoguel. Assim foi realizada a análise tanto das principais categorias, teses e origens que configuram a teoria decolonial de uma forma geral, quanto a delimitação desses três autores mais especificamente nas suas perspectivas sobre Marx, marxismo e lutas sociais, para observar quais são as propostas de transformação política elaborada por eles como contraponto ao marxismo. Feita a análise da relação entre marxismo, antimarxismo e práxis na teoria e conceitualização desses três autores, foi buscado desenvolver um segundo capítulo a partir do levantamento da bibliografia crítica à decolonialidade conjugada com a crítica desde o marxismo. Dada a pouca bibliografia existente de crítica à teoria decolonial, buscou-se trazer brevemente críticos, que também trazer a problematização das práticas políticas, à outras teorias antimarxistas, como a teoria pós-colonial anglófona e as teorias identitárias estadunidenses. Após isso, foi levantado dentro do pensamento social e político latino-americano críticas já existentes, relacionando as críticas marxistas, encontrando três pontos essenciais e relacionais para a crítica ao decolonialismo: crítica ao essencialismo, aos reducionismos teóricos e históricos e ao idealismo. Por fim, aborda-se uma análise sobre eurocentrismo, colonialismo e raça, para contrapor a crítica decolonial e ampliar a crítica crítica desde o marxismo. Justifica-se esse trabalho pela procura de contribuir à uma certa lacuna bibliográfica sobre os limites da teoria decolonial e como uma resposta às críticas feitas ao marxismo, principalmente sua suposta inutilidade como ferramenta teórico-política para realidades sociais periférica, como a latino-americana e caribenha, invalidando, assim, o uso desde a teoria para a prática política da luta de classes.openAccessantimarxismoDecolonialidadematerialismo históricopensamento crítico latino-americanoTeoria Decolonial.Críticas e limites do Decolonialismo: uma leitura sobre Marxismo, antimarxismo e práxis.