Matos, DalvaCorriale, María JoséDenóbile, Camila2023-11-272023-11-272023https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7769Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Neotropical, do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Biodiversidade Neotropical.Espécies invasoras podem causar drásticas mudanças no ambiente e alterar a dinâmica de interações ecológicas. Com o crescimento no número de espécies introduzidas em todo o mundo, principalmente devido a perturbações ambientais e intervenção humana, os impactos negativos para a saúde humana e de outros animais poderão ser intensificados. Diante desse campo de pesquisa ainda recente, pretendemos investigar como o processo de invasão pode mudar a dinâmica de interações entre as espécies em um novo ambiente. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar o potencial risco de plantas invasoras para a saúde, em um contexto de Saúde Única (One Health). Assim, no primeiro capítulo realizamos um estudo cienciométrico das publicações científicas que abordam a temática, avaliando qualitativamente como as pesquisas debatem a complexa relação entre vegetações invasoras e organismos envolvidos na transmissão de doenças. Foram obtidos 36 artigos nas bases Web of Science e Scopus, publicados entre 2005 e 2022, com um aumento considerável de estudos nos últimos dez anos e uma expressiva participação dos Estados Unidos no cenário científico mundial. Constatou-se que, em geral, maiores concentrações de patógenos, vetores e hospedeiros de doenças foram relacionados a comunidades estruturalmente alteradas, o que pode tornar o habitat propício para a propagação de doenças. No segundo capítulo, buscamos compreender aspectos da dinâmica populacional de carrapatos em áreas invadidas e não invadidas no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), testando alguns fatores que podem influenciar variações na abundância de indivíduos do gênero Amblyomma. Utilizamos dados de dois métodos de coleta de carrapatos realizados entre os anos de 2018 e 2019, comparando as parcelas de vegetação e flutuações populacionais ao longo de um ano (estações seca e chuvosa). Foi implementado um modelo linear generalizado misto (GLMM) com distribuição binomial negativa para verificar se há efeito considerável do tipo de vegetação na variável resposta. Foi confirmada uma relação significativa entre a dominância de espécies invasoras na mata ripária e a abundância de carrapatos, sobretudo a presença da espécie Hedychium coronarium se destacou nos resultados obtidos pela análise, apresentando os maiores números de carrapatos encontrados. A evidente associação entre a vegetação invadida e a maior quantidade de carrapatos é particularmente relevante, visto que estes invertebrados são um dos principais vetores de doenças infecciosas para seres humanos e outros animais. Dado que as áreas dominadas pela invasora também já foram associadas à presença de animais que hospedam o vetor, estes se tornam ambientes altamente propensos à infestações. Esperamos que os resultados obtidos nesse trabalho, futuramente, possam guiar novas pesquisas neste cenário de invasão biológica e doenças, além de embasar estratégias de controle de invasoras e o gerenciamento de políticas públicas.poropenAccessInvasão biológicaOne HealthCarrapatos AmblyommaDisseminação de doençasInvasão biológica e saúde: contribuição de plantas não nativas na incidência de organismos associados à transmissão de doençasmasterThesis