Efeitos Tóxicos do Extrato de Hidrólise Ácida da Agave Sisalana Perrine (EHAAS) em Linhagens de Células Não Pequenas de Câncer de Pulmão

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Data

2020-12-18

Autores

Teixeira, Michelli Ramires

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Resumo

O câncer de pulmão é o câncer que mais mata no Brasil e no mundo. O subtipo mais prevalente do câncer de pulmão é o de células não pequenas (CPCNP), correspondendo a 85% dos casos. A elevada mortalidade do CPCNP se dá principalmente pelos diferentes perfis genéticos das células e resistência às terapias convencionais. Neste sentido, emerge a necessidade da prospecção de novas substâncias de interesse terapêutico. Frente a isso, a Agave sisalana Perrine (sisal) tem se mostrado um importante alvo de prospecção de novas moléculas, devido aos seus efeitos citotóxicos e antineoplásicos. Assim, avaliamos os efeitos citotóxicos, antioxidantes e genotóxicos do extrato de hidrólise ácida da Agave sisalana Perrine (EHAAS) nas linhagens de CPCNP A549 e NCI-H460 (ambas mutantes para KRAS) e também na linhagem saudável MRC-5 (controle). Nossos resultados demonstraram efeitos citotóxicos do EHAAS nas linhagens MRC-5 (p<0,0001; F=130,6) e A549 (p<0,001; F=1019), as quais apresentaram elevados percentuais de necrose. A linhagem NCI-H460 (p<0,0001; F=97,06), no entanto, se mostrou altamente quimiorresistente ao EHAAS. A atividade mitocondrial das linhagens A549 foi alterada em tratamentos com EHAAS na concentração de 400 μg/mL (p=0,0028), não sendo observada a depleção do potencial mitocondrial em nenhum outro tratamento nas demais linhagens (MRC-5: p=0,0951; NCI-H460: p=0,0806). A ação antioxidante do extrato foi observada nas linhagens MRC-5 (p<0,0001; F=84,45) e A549 (p<0,0001; F=1,786), diminuindo significativamente os níveis de ROS das células tratadas nas concentrações de 200 e 400 μg/mL. Para a linhagem NCI-H460, não foram observadas alterações significativas no estresse oxidativo (p=0,2659; F=1,416). Análises de genotoxicidade, por meio do ensaio de histona γ-H2AX, identificaram baixos efeitos genotóxicos do EHAAS e CP 100 μg/mL na linhagem controle (MRC-5). Os demais efeitos genotóxicos foram observados na linhagem A549, onde o tratamento com EHAAS a 50 μg/mL apresentou elevada genotoxicidade, e na linhagem NCI-H460, em que as células apresentaram alta sensibilidade ao tratamento com CP a 100 μg/mL. Nossos resultados sugerem que o EHAAS pode ter um papel importante na indução de vias programadas da necrose, i.e. necroptose, nas linhagens MRC-5 e A549 e que os efeitos antioxidantes do extrato nestas linhagens são responsáveis pela manutenção do equilíbrio do estresse oxidativo durante o processo de morte celular. Considerando os efeitos citotóxicos e presente genotoxicidade em células MRC-5 (controle), sugere-se uma administração do EHAAS, ou seus componentes, de forma direcionada a célula alvo. Mais investigações acerca das propriedades químicas e moleculares do EHAAS se mostram importantes, a fim de explorar suas propriedades terapêuticas em diferentes tipos de câncer e elucidar os efeitos do extrato in vitro.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Biotecnologia.

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