Development conventions: theory and the brasilian case after the mid-20th century
View/ Open
Date
2015-05Author
Modenesi, Andre De Melo
Modenesi, Rui Lyrio
Metadata
Show full item recordAbstract
Keynes considerava as convenções um instrumento para superação
da incerteza. Para os Convencionalistas Franceses (CF), as convenções
serviam para coordenar a ação dos agentes em “situações de mercado
complexas”, não abrangidas pela hipótese de concorrência perfeita.
O economista brasileiro Fabio Erber deu seguimento a esse debate
formulando um conceito de convenção de desenvolvimento (CD)
baseado nas formulações de Keynes e dos CFs. Como o desenvolvimento
econômico envolve mudanças estruturais de longo prazo, CDs também
só podem ser identifi cadas no longo prazo. Múltiplas convenções de
desenvolvimento podem coexistir num dado período, sendo uma deles
a dominante em cada ponto no tempo. Observa-se no Brasil uma
disputa pela hegemonia entre duas CDs: a convenção pro-crescimento-
liderado pelo Estado e a convenção pro estabilidade-livre mercado.
Da II Guerra Mundial até os anos 1970, a primeira foi hegemônica
(dominante) tendo sido substituída pela convenção da estabilidade
após os anos 1980. A condução conservadora da política monetária
brasileira desde a década de 1990 é sustentada pela hegemonia
da convenção da estabilidade. A contribuição de Erber dá espaço
para um programa de pesquisa focado na economia política da
política monetária brasileira, que ajuda explicar por que o país tem
persistentemente praticado a taxa de juros mais alta do mundo