História e memória dos trabalhadores brasileiros na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu
Resumo
Este estudo busca analisar o processo de construção de uma memória dominante difundida pelos aparelhos institucionais da Itaipu Binacional. A construção dessa memória, difundida ainda hoje, remonta à escolha do projeto elaborado e ao próprio período de construção da hidrelétrica e oculta a condição de insegurança em que muitos trabalhadores se encontravam ao migrar para a cidade. Diferentes matrizes de interpretação foram produzidas tanto pelos aparelhos institucionais da Itaipu e consórcios UNICON e ITAMON, quanto pelos próprios trabalhadores, via sindicato; E disputaram pelas representações sobre os trabalhadores e a hidrelétrica durante a década de 1980. No entanto, no fim da década de 2010, a única memória organizada e difundida sobre o período da construção é aquela projetada pelos administradores de Itaipu, tornando-a dominante. O resultado desse processo é invisibilizar memórias dissidentes das pessoas que trabalharam na construção da Usina que, sem referenciais institucionais, preservam suas memórias através de “redes subterrâneas” de afetividade, isto é, preservam suas memórias entre seus familiares, amigos e vizinhos. Buscamos acessar essas “memórias subterrâneas” como forma de identificar fissuras, lacunas e contradições com a memória dominante. Este estudio busca analisar el proceso de construcción de una memoria dominante
difundida por los aparatos institucionales de Itaipu Binacional. La construcción de esta
memoria, difundida hasta hoy, recurre a elección del proyecto elaborado, y al proprio
período de construcción de la hidroeléctrica, y busca ocultar la condición de inseguridad
en que muchos trabajadores vivian al migrar para la ciudad. Diferentes matrices de
interpretación fueron producidas tanto por los aparatos institucionales de Itaipu y
consorcios UNICON e ITAMON, cuanto por los proprios trabajadores, vía sindicato, y
estos actores disputaron por las representaciones sobre los trabajadores y la
hidroeléctrica durante la década de 1980. Sin embargo, al fin de la década de 2010, la
única memoria organizada y difundida sobre el período de la construcción es aquella
difundida por los administradores de Itaipu, tornándola dominante. El resultado de ese
proceso es tornar invisible las memorias disidentes de las personas que trabajaron en la
construcción de la Usina que, sin referencias institucionales, preservan sus memorias por
medio de “redes subterráneas” de afectividad, dicho de otra manera, preservan sus
memorias entre sus familiares, amigos, vecino, etc.. Buscamos tener acceso a estas
“memorias subterráneas” como forma de identificar fisuras, huecos y contradicciones con
la memoria dominante