Candombe: Transformação e Permanência - uma Leitura de Rua e Palco

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Data

2022

Autores

Rodriguez Silva, Miguel Angel

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Resumo

Este trabalho versa sobre o Candombe, uma expressão da cultura popular negra, nascida na cidade de Montevidéu colonial, como manifestação dos escravizados. A primeira vertente musical deste ritmo que tinha ligação direta com os rituais africanos deu passagem às novas representações, fruto das crescentes relações interculturais. Esses primeiros toques africanos, dos quais os historiadores dizem não ter registro, surgem novos toques que com o tempo ficaram conhecidos como “Toques Madres (Mães)” O Candombe, que é formado por música e dança, estará presente em diversos momentos da vida sociopolítica da cidade (festas religiosas, casamentos, festas, velórios, manifestações políticas, entre outros), e é na sua performance que temos as discussões que são apresentadas nesta pesquisa. Além do espaço de prática festiva, que incluem a rua desde a sua criação, as novas situações de concurso implantadas ao longo do século XX, farão com que essa prática musical negra se consolide no carnaval, em festas de ruas e palcos. Como resultado desse processo de expansão, a prática do Candombe, historicamente vinculada à comunidade afro uruguaia, ganha maiores proporções, alcançando novos atores e configurações sociais, o que fará que com o tempo essa prática musical da cidade de Montevidéu, seja elevada a símbolo de identidade nacional. No entanto, essa nova condição do Candombe e sua forma oficial de organização de grupo, que é a "Comparsa", é carregada de contradições e conflitos, principalmente de raça e gênero, estabelecem novos diálogos, devido à busca de espaço e legitimidade no seu interior. Buscou-se verificar qual foi o papel da ditadura militar, num processo de integração que trouxe, não apenas novos atores para a prática do Candombe, mas também novos espaços territoriais para esta manifestação musical. Procuramos verificar a existência de uma integração cultural regional, já que essa música negra de Montevidéu vem sendo praticada nos países vizinhos, Argentina e Brasil. No caso do Paraguai, teremos uma conexão com o candombe rítmica e mais antiga, e esta tem a ver com um episódio de migração forçada relacionada às lutas de independência da época, motivos não muito diferentes às migrações mais recentes. Refletimos sobre a cultura como símbolo de poder, utilizando para este diálogo a introdução do negro no continente americano, e a escravização como modo de produção e mercado fundamental para a consolidação do capitalismo. Analisamos a importância da cultura oral, já que o Candombe é uma cultura musical dinâmica que depende muito do ensino prático e também como essa prática musical nos permite dialogar com o nascimento de uma cultura latino-americana resultado da relação de diferentes culturas nesse território alvo das invasões coloniais. Abordamos também alguns processos históricos que geraram transformações significativas na atual cultura negra de Montevidéu, onde o Candombe desempenha um papel significativo de resistência na formação histórica e sócio político-cultural da cidade (UNESCO 2010) e por fim como o “Candombe” é apresentado pelas estruturas oficiais de ensino à população em geral. Palavras-chave: Candombe, Montevidéu, Integração, Educação

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Integração Contemporânea da América Latina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Integração Latino-Americana.

Palavras-chave

Candombe, Montevidéu, Integração, Educação

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