As grandes empresas brasileiras nas obras da IIRSA: potencialidades e problemas
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Data
2013-07-03Autor
Brás, Thiago de Queiroz
Borges, Fábio
Dulci, Tereza Maria Spyer
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Em curso desde 2000 na Am ́erica do Sul os projetos da Integra ̧c ̃
ao da Infraestrutura Regio-
nal Sul-americana (IIRSA) somados `as pretens ̃oes de aproxima ̧c ̃
ao declaradas pela nova gest ̃
ao
brasileira em 2003, para com os seus vizinhos sul-americanos, representaram a amplia ̧c ̃ao dos
fluxos comerciais e de investimentos produtivos entre estes nos pr ́oximos anos. Observa-se que
o super ́avit brasileiro na Am ́erica do Sul passou de 2,5 bilh ̃
oes em 2003 para US$ 7,9 bilh ̃
oes
em 2009 (MRE, 2009). Al ́em do com ́ercio, o Brasil passou a consolidar na regi ̃ao um processo
de internacionaliza ̧c ̃ao empresarial, onde os investimentos ganharam for ̧ca no mesmo per ́ ıodo.
Segundo relat ́orio produzido pela Funda ̧c ̃ao Dom Cabral, entre 2008 e 2009 o n ́
umero de novas
contrata ̧c ̃oes pelas transnacionais brasileiras foram de 45.000, o que representa a relevˆancia des-
tes atores na atividade econˆomica, al ́em de indicar o seu crescimento apesar da crise econˆomica
mundial deflagrada em 2008. O Brasil tem liberado volumosas quantias de investimentos diretos
nesses pa ́ ıses por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econˆomico e Social (BNDES)
e Banco do Brasil (BB ? PROEX) para desenvolver obras de infraestrutura f ́ ısica na regi ̃ao
nas ́
areas de transportes, energia e telecomunica ̧c ̃
oes, sendo que a condi ̧c ̃
ao para libera ̧c ̃
ao dos
investimentos ́e de que a contrata ̧c ̃ao seja de empresas brasileiras que, por sua vez, importam
insumos de empresas nacionais. Dessa forma, o poder de financiamento do Brasil permite `
a ele
colaborar na promo ̧c ̃ao e expans ̃ao das companhias. Em referˆencia a integra ̧c ̃
ao da infraestru-
tura regional o banco tamb ́em est ́a dando passos significativos para o avan ̧co das empreiteiras
brasileiras nos pa ́ ızes vizinhos. As construtoras Andrade Gutierrez (AG), Camargo Correa (CC),
Norberto Odebrecht (NO) e OAS tˆem se beneficiado amplamente do sistema de cr ́editos para a
integra ̧c ̃
ao f ́ ısica e das Parcerias P ́
ublico-Privadas estabelecidadas para sua execu ̧c ̃
ao. No forne-
cimento de materiais e insumos, supracitados, est ̃ao a cargo das gigantes do mercado Embraer,
Alstom, Confab e Mercedez-Benz do Brasil (MRE, 2009). Portanto, estando o BNDES repre-
sentando o Estado frente as empresas transnacionais brasileiras, observamos que alguns avan ̧cos
ao desenvolvimento regional, como o Banco do Sul, encontrou dificuldades no Brasil, j ́a que o
maior emprestador favorece o grande empresariado brasileiro. Ampliar a interdependˆencia e
aproximar-se dos vizinhos requer mais do que vontade pol ́ ıtica. Segundo alguns olhares, como
de Sean Burges, ́e necess ́ario casar a ̧c ̃oes concretas e atrair interesses de empres ́arios e socie-
dade civil na coopera ̧c ̃ao regional. Nesse ponto notamos um grande aporte em investimentos
brasileiros na regi ̃ao, a construtora Norberto Odebrecht por exemplo, tem desempenhado um
papel significativo nos acordos t ́ecnicos com universidades da regi ̃ao, principalmente Venezuela-
nas e Peruanas. Apesar dos problemas antigos, preocupa ̧c ̃oes com projetos sociais, contrata ̧c ̃oes
externas v ̃ao entrando na pauta das empresas ao longo dos anos 2000 e 2010, proporcionando
ganhos m ́
utuos e fomentando a integra ̧c ̃
ao regional.