O Feminismo Negro Brasileiro e os Estudos da Paz: a Incorporação da Interseccionalidade aos Debates da Disciplina
Resumo
O trabalho tem como objetivo explorar as produções de feministas negras brasileiras e de que forma elas podem se encaixar na disciplina dos Estudos da Paz, considerando a abertura da disciplina para os debates feministas e perspectivas mais críticas a partir dos anos 80, com o aspecto de Paz positiva proposto por Johan Galtung. A incorporação da interseccionalidade, do movimento e pensamento feminista negro, para as análises do nível individual ao sistêmico, se observa como necessária para pluralizar os campos de pesquisa e atuação, considerando múltiplas intersecções. Nesse sentido de pluralizar os Estudos para a Paz, também é abordada a questão da colonialidade e os silêncios epistêmicos produzidos por ela no campo dos saberes. O recorte temático recai sobre o diálogo entre o feminismo negro brasileiro e os Estudos da Paz, na medida em que o movimento tem caráter emancipatório e crítico, observa as especificidades do Brasil, e propões pensar a paz em uma perspectiva positiva, do Brasil para o Brasil. A ótica interseccional possibilita reconhecer uma maior amplitude de problemas que devem ser temas centrais à disciplina, considerando a realidade brasileira, sendo uma contribuição necessária para o entendimento do mundo atual em seus vários níveis necessários de análise e interpretação da realidade.