É Sempre Rhara a Rhima: Um Ensaio sobre a Poética do Hip-hop
Resumen
Este trabalho de caráter ensaístico procura identificar e qualificar o rap enquanto forma de arte singular, dotada de características únicas, e ao mesmo tempo engendrada e perpassada por diversas outras tradições. Para isso, valho-me de duas referências teóricas principais: a da poesia enquanto qualidade meta-formal presente na arte como um todo, encontrada n’O Arco e a Lira, de Octavio Paz, e a da arte como a mutável e essencial atividade humana de construção de variadas verdades, encontrada n’A Necessidade da Arte, de Ernst Fischer. Como exemplo tanto de suas mudanças quanto de suas constantes, debruço-me sobre exemplos específicos dentro do nicho do coletivo Rhima Rhara, criado no começo dos anos 2000, momento de significativa virada nas formas de se fazer rap no Brasil.