| dc.description.abstract | A incessante demanda de recursos naturais para satisfação das necessidades materiais da humanidade, combinada com a pouca atenção dada a finitude dos mencionados recursos e as limitações biofísicas do planeta Terra, têm gerado como consequência o Antropoceno, uma nova era geológica marcada pelo impacto da atividade humana que coloca em risco a estabilidade planetária da qual dependem para prosperar como espécie. No intuito de reverter este cenário surge o conceito de Desenvolvimento Sustentável, abrangendo as dimensões sociais, econômicas e ambientais que integram à realidade dos seres humanos, e visa garantir a satisfação das necessidades das gerações atuais, sem comprometer as gerações futuras. Junto com o conceito, têm surgido diversas ferramentas para mensurá-lo e apoiar a formulação das estratégias que permitam o alcance de dito objetivo, entre estas a Rosquinha Econômica (Doughnut Economics), estudada no presente trabalho como indicador de desenvolvimento sustentável, analisando a estrutura da ferramenta e sua adaptabilidade ao cenário brasileiro. A análise, no sentido estrutural, foi realizada através da perspectiva da Teoria de Sistemas e a abordagem sistémica da sustentabilidade proposta por Hartmut Bossel (1999), enquanto a adaptação para o Brasil representa um primeiro esboço de uma Rosquinha Econômica Brasileira. O trabalho se configura como uma pesquisa bibliográfica-experimental, ao se basear inicialmente numa ampla revisão da literatura relacionada a indicadores de sustentabilidade, complementada empiricamente através da elaboração e quantificação da Rosquinha Econômica para o Brasil, sendo para isso necessário a reformulação dos indicadores ilustrativos (de uma escala global para uma escala nacional) e a substituição de indicadores, metas e fontes de dados que não fossem efetivos para avaliação do desenvolvimento sustentável brasileiro. A partir desta investigação foi possível comprovar a contribuição pratica que a Rosquinha Econômica traz para avaliação da sustentabilidade, através de uma estrutura que permite observar o mundo como um sistema socioambiental, capturando os principais aspectos necessário para o desenvolvimento sustentável, apresentando o estado da situação numa linguagem comum e didática que democratiza o acesso à informação para todos os stakeholders. Quando analisada sob a abordagem sistémica postulada por Bossel (1999), a estrutura responde à avaliação da satisfação dos orientadores básicos do sistema de desenvolvimento sustentável, embora possua limitações específicas, principalmente com relação ao volume de indicadores e ao uso de indicadores de estado e não dinâmicos. No que a adaptação brasileira se refere, foi possível constatar que três indicadores sociais e um indicador ambiental já estão posicionados dentro do espaço justo e seguro que se propõe como desenvolvimento sustentável, assim mesmo, outros dois indicadores sociais estão muito próximos à meta estipulada para estes. No entanto, existem ainda 18 privações sociais a ser superadas e pelo menos três excessos ecológicos que precisam ser reduzidos. A partir desta monografia, recomenda-se a realização de pesquisas complementares para aprofundar o estudo e aprimoramento dos indicadores que compõe o framework da Rosquinha Econômica, através da articulação com instituições e equipes multidisciplinares. | pt_BR |
