Prospecção de Bactérias da Antártica Tolerantes à Baixas Temperaturas, Caracterização da Virulência e Resistência a Antibióticos

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Data

2021 (embargado até 30/06/2022)

Autores

Moreira, Elizandra Ribeiro Bueno

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Resumo

O continente Antártico abriga uma vasta diversidade de microrganismos psicrófilos. Devio às adaptações adquiridas por esses organismos às baixas temperaturas, os mesmos podem produzir compostos de interesse biotecnológico como os anticongelantes. A bioprospecção é uma estratégia promissora para o setor industrial, entretanto, a utilização de microrganismos potencialmente patogênicos pode inviabilizar sua utilização em larga escala. Assim a caracterização das atividades bioquímicas bacterianas incluindo fatores de virulência, bem como a avaliação da resistência a fármacos antimicrobianos pode ser uma abordagem utilizada na verificação do potencial patogênico de determinados microrganismos em uma eventual contaminação biológica. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial biotecnológico de bactérias isoladas de amostras do continente Antártico em tolera baixas temperaturas (-80oC), bem como avaliar o potencial patogênico por meio de ensaios de virulência. Cem bactérias previamente preservadas à – 80 ºC em glicerol 20% foram reativadas em meio de cultivo R2B a 15 ºC, por 15 dias. Sessenta e cinco isolados reativados foram submetidos a ensaios de produção de compostos anticongelantes em meio R2B à -80 ºC, por 15 dias, sem a presença do agente crioprotetor (glicerol 20%), o indicativo de produção de anticongelantes foi a partir do crescimento sem crioprotetor nessas condições. A produção das enzimas hidrolíticas fosfolipase, proteinase e atividade hemolítica foram avaliadas em meio de cultura com indicador e a formação de halos ao redor dos isolados foi considerada ensaios positivos. Para a enzima catalase, H2O2 foi adicionado às células microbiana sendo, a formação de bolhas, considerada ensaio positivo. O crescimento em pHs fisiológicos foram realizados com pH ajustado para 4,0, 7,0 e 8,0. Os ensaios de crescimento em temperatura corporal foram realizados em meio R2A, incubados a 15 ºC, como controle a 15 oC e a 36 ºC, 38 ºC e 40 ºC durante 15 dias. No total, 41 isolados foram considerados positivos para produção de compostos anticontgelantes. Cinco linhagens foram positivas para atividade hemolítica, Arthrobacter sp. (356 e 443), Psychromonas arctica (ESH238) e as linhagens não identificadas (NI) 359 e 363, com índice de virulência variando de 1,2 a 1,9. Uma linhagem foi positiva para proteinase, Psychrobacter fozii (456), com índice de virulência de 1,2. Todos os isolados foram negativos para os ensaios de fosfolípase bem como positivos para o ensaio de catalase. Os 41 isolados bacterianos testados foram considerados tolerantes a pelo menos dois pHs distintos, com variações no índice médio de tolerância de 4,0 a 9,3; 2,3 a 12,3 e 2,3 a 12, nos pHs 4.0, 7.0 e pH 8.0, respectivamente. Nove isolados foram capazes de tolerar as três temperaturas testadas, 36 ºC (2,6 a 23,0), 38 ºC (0,6 a 16,0) e 40 ºC (1,0 a 19,6). Todos os isolados foram sensíveis aos três antibióticos testados. Os resultados do presente estudo demonstraram que linhagens bacterianas recuperadas de amostras da Antártica podem ser responsáveis pela produção de compostos anticongelantes, bem como podem ser consideradas seguras para serem utilizadas em processos biotecnológicos industriais.

Descrição

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãoem Biociências, do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração Biociências.

Palavras-chave

Bactérias extremófilas, Proteínas anti-congelamento, Resistência bacteriana, Virulência bacteriana.

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