dc.description.abstract | Esta dissertação teve como objetivo principal analisar os caminhos que viabilizaram os processos de
mapeamento das experiências de resistência através das ações do projeto Nosso Nordeste, Nosso
Lugar de Fala: Articulando Resistências e Propondo uma Educação Popular, e os objetivos
específicos planejados diante da problemática da pesquisa foram: coletar o mapeamento das
experiências de resistência no Nordeste brasileiro, feito pelo projeto em questão; refletir sobre a
construção social do Nordeste como uma região em disputa a partir das experiências de resistências
mapeadas; e analisar os resultados, limites e possibilidades do processo de mapeamento. Para isso,
foi necessário debater alguns elementos históricos em torno da educação popular e do Nordeste.
Metodologicamente a discussão está pautada desde as perspectivas da pesquisa-ação sobre o projeto
em questão, a partir da ação de mapear e dos seus processos e resultados. De modo que esse
mapeamento resultou num total de 109 experiências de resistências no Nordeste, localizadas nos
estados de Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Dentre estas, 24
participaram diretamente do projeto Nosso Nordeste, Nosso Lugar de Fala (N.N.) e elaboraram
Planos de Formação a partir das suas experiências. As análises sobre esse processo de mapeamento
foram feitas a partir de um Diário de Campo e os seus resultados evidenciaram contribuições para a
educação popular e para a compreensão sobre esse Nordeste como um espaço em movimento e
tensionamento da história hegemônica que tenta nos nor-destinar. E as análises em torno da educação
popular oriundas do mapeamento ressaltaram o caráter diverso que ela possui por existir em constante
diálogo com o movimento da realidade e suas demandas de tensionamento, colocando em destaque,
ainda, a necessidade de valorização das dimensões ancestrais da educação popular. Ademais, as
análises em torno das possibilidades desenvolvidas pelo mapeamento e, logo, pelo Projeto N.N.,
sinalizaram a necessidade de que as atuações de enfrentamento das opressões diversas precisam partir
de coalizões de forças com experiências de resistências distintas, e que se leve em consideração as
contribuições da interseccionalidade para compreender e atuar diante múltiplas formas de opressão
sem necessidade de hierarquização destas. | pt_BR |