A mobilidade acadêmica e o programa institucional de internacionalização (PrInt)
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Data
2019-09-04Autor
Nez, Egeslaine de
Morosini, Marília Costa
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Mostrar registro completoResumo
Ao longo das últimas décadas, no mundo contemporâneo, vêm acontecendo transformações de toda ordem sejam financeira, social ou educacional. Desse modo, ressalta-se a tendência de internacionalização da Educação Superior e seus desdobramentos. Essa temática é pauta de estudos na contemporaneidade, período histórico em que inovações técnicas e científicas são imprescindíveis. Para Morosini (3) essas transformações no contexto sócio-histórico e econômico mundial geram contextos emergentes, isso significa dizer, que são configurações em construção na educação superior observadas nas sociedades e que convivem em tensão com concepções préexistentes, que são refletoras de tendências históricas. Nessa direção, a internacionalização da Educação Superior, longe de ser uma discussão atual, é um dos grandes desafios postos aos programas e políticas públicas que buscam dialogar dentro deste contexto. Por ser um termo polissêmico, com significados diferentes, segundo De Wit (1) não envolve apenas a relação entre os países, e sim entre culturas; entre o global e o local e a troca de informações. Vale ressaltar que há uma variedade de interpretações do conceito de internacionalização, sendo objeto de diferentes definições. Observa-se que é algo discutido há um tempo considerável e algumas formulações tendem a privilegiar determinados aspectos em detrimento de outros. Para Knight (2), enquanto algumas destacam aspectos internos às instituições, outras priorizam o ambiente e a influência que é capaz de exercer sobre a organização das atividades acadêmicas. Na década de 90, compreendia-se como o processo no qual se integrava uma dimensão internacional e intercultural ao ensino, à pesquisa e aos serviços de uma instituição. Recorria, nesse sentido, a mobilidade de pessoas, a circulação de programas, abertura de campi (branch-campus) e instalação de instituições fora do país de origem. Dessa forma, enquanto para alguns a internacionalização é fruto da reestruturação da instituição de educação superior na exploração de alternativas de autofinanciamento, com a ampliação do mercado e comercialização de serviços; para outros, decorre do incremento tecnológico e do uso intensivo do conhecimento, além da combinação da matriz curricular para a convergência de sistemas. A discussão acerca da conceituação é complexa, devido à multiplicidade de formas, interesses e justificativas. Assim, a mobilidade acadêmica ganha centralidade no processo de internacionalização. No Brasil, os dados do Censo da Educação Superior revelam ênfase na mobilidade acadêmica que ocorre em um campo marcado por expressiva heterogeneidade e diversidade institucionais. Seja na relação norte/norte ou sul/sul, a mobilidade e/ou o intercâmbio acadêmico (crossborder), impacta com relevância o conceito de internacionalização. O conceito alia-se também a produção em redes, e, mais recentemente, a internacionalização at home.