Políticas neoliberais no ensino superior: um estudo dos impactos nos países do MERCOSUL
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Data
2019-09-04Autor
Silva, Thiago Oliveira
Lima, Luís Felipe Bertucc
Casado, Johny Henrique Magalhãe
Radael, Weber Henrique
Verdu, Fabiane Cortez
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O processo da globalização de capitais, mercadorias e serviços tem causado grandes impactos na forma como as interações sociais ocorrem. Destacam-se as mudanças nas relações de trabalho, na vida social e na vida educacional das pessoas. Como objeto de estudo desse artigo, serão expostas as principais mudanças existentes na educação superior dos países que compõem o MERCOSUL – Mercado Comum do Sul. Os países da América Latina parecem enfrentar um dilema composto por duas realidades que se complementam, a primeira está relacionada a suas estruturas econômicas, socioculturais e políticas, que acabam por inibir a integração nacional e o desenvolvimento autônomo das nações. A segunda está relacionada a modernização e o crescimento catalisado pela dominação externa desses países, que acabam por inibir a revolução nacional e uma real autonomia (FERNANDES, 1975). No começo do século XVI, o modelo universitário da Espanha foi implantado na América Latina, os primeiros países a receber as primeiras universidades foram Guatemala, México, Chile, Peru, Cuba, e Argentina. No contexto histórico, o Brasil ganharia sua primeira instituição somente em 1920. Dezenove universidades foram criadas até o final do século XVIII na América Latina, no século seguinte esse número saltou para mais de trinta, isso levou a situação onde quase todos os países latino-americanos já possuíam uma ou mais universidades, com exceção do Brasil. As universidades da América Latina surgiram com forte influência dos modelos europeus, no entanto, a crescente expansão do modelo universitário norte-americano, impôs a gradual redução da influência exercida por aquele modelo, e o gradativo aumento da influência deste. No século XIX, a América do Norte sofreu uma grande expansão no ensino superior, consequentemente, a Universidade na América Latina “não conseguiu fugir da influência norte-americana, que avançava como um rolo compressor sobre o continente” (ROSSATO, 2005, p.95). No Brasil, a primeira instituição de ensino superior foi a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808. “Depois vieram as faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda, em 1827”, diz a historiadora Maria Lígia Coelho Prado, da USP. Já a primeira universidade a oferecer cursos variados foi a do Rio de Janeiro, fundada em 1920. Durante a presidência de Juan Domingo Perón (1946-1955), a Argentina implementou uma política de matrículas abertas em todas as universidades públicas. Todos os candidatos donos de diplomas do ensino secundário foram admitidos. Além disso, o ensino era oferecido sem a cobrança de taxas. Como resultado deste ensino aberto a todos, seguiu-se uma explosão no número de matrículas.