A poética da brutalidade de Ana Paula Maia: a odisséia de Edgar Wilson entre abatedouros e corpos abatidos
Resumo
Ana Paula Maia, escritora carioca contemporânea,iniciou sua carreira literária com o lançamento do livro O habitante das falhas humanas (2003); no entanto, Maia começa a ganhar prestígio no campo literário com a denominada Trilogia dos Brutos (Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos (2009), O trabalho sujo dos outros (2009), Carvão animal (2011)). Com a trilogia, Maia esboça o que seria seu estilo: narrativas marcadas pela violência, ambientes escatológicos, sujos e marginalizados e personagens brutas. Tendo isso em vista, este trabalho objetiva: analisar a construção de Edgar Wilson, personagem recorrente nas obras da autora, e investigar a influência da espetacularização da violência presente na obra cinematográfica de Quentin Tarantino Pulp Fiction (1994), das escolas literárias naturalista e realista e do gênero romance policial na construção estética do romance De gados e homens (2013). Para tal fim, utilizamos como aportes teóricos os estudos de Zizek (2014), sobre o fenômeno da violência social contemporânea, sobretudo na na compreensão das diferenças entre os atos simbólico,concreto, subjetivo e objetivo de violência; e os estudos de Ginzburg (2012) voltados à relação entre violência e representação literária. Sobre a literatura de Maia, utilizamos Vicelli (2015) que descreve o caráter imundo, a realidade poluída com as cenas quase escatológicas, criando um ambiente que se aproxima e ultrapassa quaisquer definições. Por sua vez, Soler (2017) questiona os princípios de humanidade quando na obra ocorre a relação do homem e do gado. No primeiro capítulo, descrevemos sobre as produções literárias da autora, as características encontradas, e algumas definições sobre realismo, Naturalismo, Romance Policial, e Cinema-Literatura. No segundo capítulo, definimos a brutalidade a partir da análise da obra De gados e homens. No terceiro capítulo, descrevemos a construção da personagem Edgar Wilson, seus crimes, motivações, comportamentos. Por fim, observamos que há uma influência dos elementos, mas utilizados em outros contextos e de modo próprio e particular. Concluímos que o que mais define a brutalidade não está a presença exclusiva do crime e do sangue, senão a conjuntura de ambos somado a violência de um sistema que cria injustiças, mazelas sociais, diferenças sociais e sujeitos que vivem com pouco, brutos e invisíveis ao sistema Ana Paula Maia, escritora carioca contemporánea, empezó la carrera literaria con el
libro O habitante das falhas humanas (2003), sin embargo, tuvo éxito con la Trilogía
de los Brutos ( Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos ( 2009), O trabalho sujo
dos outros (2009), Carvão Animal (2011)). Con la trilogía, Maia se apropia lo que
sería su estilo: narrativas con violencia, ambientes rústicos, sucios y marginales,
como también, personajes brutos. Así, este trabajo tiene como objetivo analizar la
construcción de Edgar Wilson, personaje recurrente en las obras, e investigar la
influencia de la espectacularización de la violencia presente en la obra
cinematográfica de Quentin Tarantino, de las escuelas literarias naturalista, realista,
y el género romance policial en la estética de la novela De ganados y hombres
(2013). Para tal, el recorte teórico se sustenta en los estudios de Zizek (2014),
sobre la comprensión de las diferencias entre los actos de violencia simbólica,
subjetivo y objetivo; los estudios de Ginzburg (2012) sobre la relación entre violencia
y representación literaria. Sobre la escritura de Maia, utilizamos Vicelli (2015) que
describe el carácter inmundo, la realidad poluida con escenas casi escatológicas,
creando un ambiente que se acerca y ultrapasa cualquier definición. A su vez, Soler
(2017) cuestiona los principios de la humanidad en base a la relación del hombre y
ganado. En el primer capítulo, describimos las producciones literarias de la autora, y
sus características, también algunas definiciones sobre Realismo, Naturalismo,
Romance Policial y Cine-Literatura. En el segundo capítulo, definimos la brutalidad a
partir del análisis de la obra De ganados y hombres. E
n el tercer capítulo,
describimos la construcción del personaje Edgar Wilson, sus crímenes,
motivaciones y actitudes. Por fín, observamos que hay una influencia de los estilos
descriptivos pero utilizados en otros contextos y de un modo propio y particular.
Concluímos que lo que define la brutalidad no es la presencia exclusiva del crimen o
de la sangre, sino la coyuntura de ambos hacia la violencia de un sistema que crea
injusticias, problemas sociales, diferencias económicas y sujetos que viven con
poco, brutos e invisibles al sistema.