A Instumentalização da Memória do Holocausto para manutenção de Política Externa dos Estados Unidos para Israel: um estudo sobre o filme A Lista de Schindler (1993)

Nenhuma Miniatura disponível

Data

2019-12-10

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Esta monografia engloba o caráter interdisciplinar inerente à disciplina de Relações Internacionais utilizando-se de contribuições da História e do Cinema, como campos de produção analítica. Neste sentido, buscou compreender como a política externa pode ser construída por elementos subjetivos, como memória e representação. A hipótese central foi que o trabalho da memória, o processo de memorialização, executado pela cultura popular e a instrumentalização da memória do Holocausto, o genocídio judeu perpetrado pelos nazistas, foi construído para legitimar a política externa dos Estados Unidos da América (EUA) para Israel. O filme “A Lista de Schindler” (1993), dirigido por Steven Spielberg, foi escolhido como estudo de caso para provar a hipótese, pois trata-se de um marco da construção da memória do Holocausto, que causa profunda transformação na memória pública acerca deste acontecimento histórico. O objetivo central do trabalho foi analisar as representações do Holocausto, as implicações e usos políticos destas na posterioridade, sem questionar ou negar o genocídio de nazista. A metodologia utilizada foi a qualitativa, assim no primeiro capítulo realizamos uma análise histórica descritiva, através de uma revisão bibliográfica, acerca de como se desenvolve a política externa estadunidense para Israel, com o intuito de compreender os objetivos e interesses centrais dessa relação, e perceber as variações presentes na mesma. No capítulo dois, por meio desta mesma metodologia questionamos, dentro do terreno das Relações Internacionais, como se conforma a história, pois esta é de suma importância para problematizarmos o próprio campo, assim discutimos aspectos das relações entre a história e as relações internacionais, focando especialmente no enquadramento da memória e na construção da narrativa histórica, bem como nas dimensões que estas questões ganham no cinema, especialmente no cinema histórico. Por fim, no terceiro capítulo abordamos como ocorrem as relações entre EUA, Israel, sionismo e Holocausto, iniciando pelo debate de como a memória do Holocausto se relaciona com a existência do Estado de Israel, para problematizar como essa narrativa histórica desde o ambiente doméstico dos EUA, a partir da Indústria do Holocausto (FINKELSTEIN, 2001) e da Americanização do Holocausto (NOVICK, 1999), mantém a relação especial com Israel. Contudo, também, nos dedicamos, a entender como a memória é usada dentro do próprio território israelense e os paradoxos gerados pela memorialização do Holocausto e as relações dos sionistas com os vizinhos árabes, mas, sobretudo, com os “estrangeiros” internos, os palestinos. Neste sentido, buscamos entender como a gramática moral do Holocausto justifica e legitima a política externa estadunidense, não somente para Israel, mas como um todo.
Esta monografía abarca el carácter interdisciplinario inherente a la disciplina de las Relaciones Internacionales utilizando contribuciones de Historia y Cine, como campos de producción analítica. En este sentido, buscó comprender cómo la política exterior puede ser construida por elementos subjetivos, como la memoria y la representación. La hipótesis central fue que el trabajo de la memoria, el proceso de memorización llevado a cabo por la cultura popular y la instrumentalización de la memoria del Holocausto, el genocidio judío perpetrado por los nazis, se construyó para legitimar la política exterior de los Estados Unidos de América para Israel. La película “La lista de Schindler” (1993), dirigida por Steven Spielberg, fue elegida como un caso de estudio para probar la hipótesis, ya que es un hito en la construcción de la memoria del Holocausto, lo que provoca una profunda transformación en la memoria pública sobre este evento histórico. El objetivo central del trabajo fue analizar las representaciones del Holocausto, sus implicaciones y usos políticos en la posteridad, sin cuestionar o negar el genocidio nazi. La metodología utilizada fue cualitativa, por lo que en el primer capítulo realizamos un análisis histórico descriptivo, a través de una revisión bibliográfica, sobre cómo se desarrolla la política exterior del EE.UU. para Israel, a fin de comprender los objetivos e intereses centrales de esta relación, así como percibir las variaciones presentes en la misma. En el capítulo dos, a través de esta misma metodología, cuestionamos, dentro del campo de las Relaciones Internacionales, cómo se ajusta la historia, ya que es de suma importancia problematizar el campo en sí mismo, por lo que discutimos aspectos de las relaciones entre la historia y las relaciones internacionales, enfocándonos especialmente en el encuadre de la memoria y en la construcción de la narrativa histórica, así como en las dimensiones que estos temas adquieren en el cine, especialmente en el cine histórico. Finalmente, en el tercer capítulo discutimos cómo ocurren las relaciones entre los EE.UU. e Israel, el sionismo y el Holocausto, comenzando con el debate sobre cómo la memoria del Holocausto se relaciona con la existencia del Estado de Israel, para problematizar cómo está narrativa histórica del ambiente doméstico del Estados Unidos, a través de la Industria del Holocausto (FINKELSTEIN, 2001) y la Americanización del Holocausto (NOVICK, 1999), mantiene una relación especial con Israel. Sin embargo, también estamos dedicados a comprender cómo se usa la memoria dentro del territorio israelí y las paradojas generadas por la memorización del Holocausto y las relaciones de los sionistas con sus vecinos árabes, pero especialmente con los “extranjeros” internos, los palestinos. En este sentido, buscamos comprender cómo la gramática moral del Holocausto justifica y legitima la política exterior de los Estados Unidos, no solo para Israel, sino en su conjunto.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino- Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e Integração. Orientadora: Prof. Dra. Tereza Maria Spyer Dulci

Palavras-chave

Memória do holocausto, Política externa (Estados Unidos e Israel), A Lista de Schindler (1993) - filme

Citação

STADUTO, Isadora. A instrumentalização da memória do Holocausto para a manutenção da política externa dos Estados Unidos para Israel: um estudo sobre o filme a Lista de Schindler (1993). 2019. 73 p. Trabalho de Conclusão de Curso em Relações Internacionais e Integração – Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2019.