“Me comi la quena”: a carnavalização em obra de Jorge Lazaroff

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Data

2016-08

Autores

Valverde, Franklin Larrubia

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Resumo

No final dos anos 80 do século passado vivíamos os últimos anos da guerra fria, encerrada com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. Nesse período, a América Latina sobrevivia mergulhada em ditaduras militares e atolada em suas dívidas externas, tendo, culturalmente, como pano de fundo a resistência de vários artistas das mais variadas correntes estéticas. Esse era o caso do cantor e compositor uruguaio Jorge Lazaroff que, em 1989, lançou o disco “Pelota al medio” (Orfeo). Dentro dessa obra ganha destaque a faixa “Progresos nocturnos”, canção que, utilizandose da carnavalização, passa a limpo a situação histórica da América Latina naquele momento, denunciando sua dependência econômica e colonização cultural com relação ao chamado primeiro mundo. Neste trabalho o conceito de carnavalização de Bakhtin é utilizado no que se refere à oposição da cultura oficial e à produção do riso, satirizando a indústria cultural e a sociedade de consumo latinoamericana. A composição “Progresos nocturnos” explicita essa crítica, usando a imagem da quena, como uma síntese cultural da identidade do ser latinoamericano, relacionandoa com as questões relativas ao consumo, à dependência econômica e à indústria cultural. A carnavalização, nesse caso, atua também desnudando todas as contradições que conviviam, de certa forma, abafadas pela situação política latinoamericana. “Progresos nocturnos” foi uma das últimas obras de Lazaroff, que morreu logo depois, e pode ser considerada como uma síntese de seu trabalho, situado na renovação da música popular uruguaia dos anos 70 e 80.

Descrição

IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016

Palavras-chave

Jorge Lazaroff (1950-1989) - músico argentino

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