As formas do epílogo no teatro de Cervantes
Resumo
Como se sabe, os dramaturgos espanhóis dos séculos XVI e XVII compunham suas obras
tomando como base as “teorias” clássicas no que diz respeito aos recursos poéticos e retóricos.
Para isso recorriam a obras como a Poética e a Retórica de Aristóteles e também de
Quintiliano, entre outros. No entanto, também é sabido que alguns autores dessas centúrias
começaram a criar e utilizar novas técnicas e recursos, no momento de composição de suas
peças, como foi o caso de Lope de Vega. Miguel de Cervantes, ao contrário, foi um escritor
que, por um bom tempo, preferiu manter vivas as técnicas provenientes das preceptivas
clássicas. Mais adiante, porém, ele começa a introduzir, pouco a pouco, novos recursos em
suas obras. Diante disso, nesse texto, pretendemos mostrar as diferentes formas de epílogos
empregadas por Cervantes para a construção das peças La Numancia, publicada
provavelmente entre os anos 1580 e 1585, e das Ocho comedias, publicadas em 1615. Dessa
forma, verificaremos se as variações existentes entre esses encerramentos estão em
conformidade com a adoção de novas técnicas