As relações bilaterais entre Paraguai e Brasil na ditadura Stroessner: revisionismo nacionalista e discurso desenvolvimentista
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Data
2015-11Autor
Lima, Leticia Consalter de
Silva, Paulo Renato da
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Mostrar registro completoResumo
A Ditadura Stroessner (1954-1989) dispôs de um sistema de mecanismos de controle
que foram essenciais para sua longevidade, dentre estes mecanismos estavam as estratégias
discursivas adotadas para legitimar o regime, entre essas estratégias destacamos o uso de um
discurso nacionalista apoiado no revisionismo histórico, movimento ocorrido em diferentes
países da América Latina, e que no Paraguai procurou reinterpretar a história de forma a
construir um sentimento nacionalista, também utilizado pelo regime stronista para vincular
Alfredo Stroessner aos heróis nacionais, resignificados a partir desse movimento de revisão do
passado histórico paraguaio. O regime também se utilizava da memória da Guerra da Tríplice
Aliança (1864-1870) para instigar esse sentimento nacionalista, ao mesmo tempo em que
procurava justificar as suas relações e alianças com o Brasil, antigo inimigo de guerra. Este
trabalho procurou analisar as relações bilaterais entre Paraguai e Brasil e suas justificativas, os
usos do revisionismo histórico pelo regime stronista e as contradições entre as duas conjunturas.
Além disso, através das reflexões que apresentamos, procuramos amenizar as lacunas e silêncios
da história paraguaia, pois com exceção da Guerra do Chaco (1932-1935), a história do Paraguai
após a Guerra da Tríplice Aliança carece de estudos historiográficos dentro e fora do Paraguai,
assim como a história de suas relações internacionais. Na mesma realidade encontram-se os
estudos sobre a Ditadura Stroessner, episódio marcante da história paraguaia, mas que é pouco
explorada, principalmente pela historiografia paraguaia. Mais assolador é a extrema carência dos
estudos sobre o regime stronista e as relações com o Brasil, posicionado como um dos principais
apoiadores externos deste longo regime ditatorial paraguaio.